A área da radiologia pode ser desafiadora para muitos profissionais. No entanto, a criação de sistemas como o PACS, que facilita a gestão dos exames de imagem, e o RADS, que auxilia na interpretação, têm contribuído significativamente para o processo de diagnóstico por imagem. Isso, por sua vez, impacta diretamente nas condutas e tratamentos médicos.
Essa dinâmica é possível porque enquanto o PACS aumenta a eficiência operacional e facilita o compartilhamento e acesso aos exames de imagem, o RADS melhora o processo de interpretação e de documentação dos resultados. Ou seja, são dois sistemas distintos, mas que, como será visto adiante, se complementam diariamente na prática médica.
O que é PACS?
O PACS (Picture Archiving and Communication System) é um sistema que foi desenvolvido com o objetivo de facilitar o acesso a imagens médicas em formato digital, o que além de tornar o trabalho diário mais ágil e prático, também ajuda a reduzir o uso de papel e filme na radiologia. Afinal, através do PACS é possível acessar rapidamente as imagens de radiografia, ressonância magnética e tomografias computadorizadas em qualquer dispositivo conectado à rede do hospital ou clínica diagnóstica.
Ou seja, visto que o PACS ajuda a reduzir o tempo gasto na busca e no compartilhamento de imagens, esse sistema é fundamental para melhorar a eficiência dos centros de diagnóstico, além de garantir um armazenamento seguro a longo prazo e reduzir os custos com impressão e geração de resíduos no meio ambiente.
Vale destacar também que o PACS surgiu em resposta a uma necessidade de criar uma estrutura tecnológica que possibilitasse a troca de dados de imagem, pois até a década de 1980 cada equipamento era conectado a apenas um computador. Assim, apenas essa estação de trabalho tinha acesso ao exame, que por sua vez só poderia ser compartilhado se fosse impresso.
O que são RADS?
Já os RADS (Reporting and Data Systems) são sistemas de relatórios e dados projetados para facilitar a interpretação de imagens radiológicas e a geração de laudos e relatórios. Ou seja, é uma “linguagem” padronizada para que radiologistas, clínicos e cirurgiões compreendam os achados na imagem, seus significados e possam, ainda, criar classificações que ajudem a definir as condutas médicas.
O exemplo mais clássico é o BI-RADS, um sistema de padronização utilizado para registrar os achados de imagem nos exames de mama, principalmente na mamografia. Assim, todo laudo de mamografia, ultrassom ou tomografia de mamas recebe uma classificação BI-RADS, que vai de 0 a 6, sendo que para cada uma delas existe uma conduta pré-estabelecida a ser tomada.
Outros exemplos de uso do RADS na prática diária da medicina são:
- C-RADS: achados nos exames de imagem do cólon;
- CAD-RADS: avaliação de doenças arteriais do coração;
- O-RADS: avaliação de massas anexiais e ovarianas;
- TI-RADS: achados no ultrassom de tireoide.
Ou seja, pode-se afirmar que o RADS revolucionou a medicina diagnóstica baseada nos exames de imagem, pois permite que médicos de todas as especialidades e nacionalidades possam se comunicar e “falar a mesma língua” quando o assunto é laudo dos exames.
Diferenças de aplicação de PACS e de RADS na radiologia
Embora as siglas sejam parecidas, na realidade o PACS e o RADS são dois sistemas com objetivos e aplicabilidades diferentes, mas que juntos facilitam o trabalho rotineiro das equipes médicas e melhoram o processo diagnóstico, permitindo, também, definir protocolos de condutas e tratamentos médicos.
Ou seja, enquanto o PACS foi desenvolvido para facilitar o armazenamento e a visualização de exames de imagem, os RADS foram projetados para melhorar o processo de interpretação e documentação dos resultados radiológicos. Assim, na prática médica, o PACS e o RADS frequentemente se complementam.
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